As inundações ocorrem cada vez com mais frequência e podem ser totalmente inesperadas. Conhecer as causas mais comuns e as zonas de risco permite ao consumidor saber em que tipo de zona vive e em alguns casos o que deve ter em conta para estar bem protegido. Desta forma, pode evitar ou, pelo menos, mitigar, os danos patrimoniais inerentes a uma inundação.

Fomos falar com a Associação Portuguesa de Seguradores (APS) que em colaboração com a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa desenvolveu o projeto CIRAC (Cartas de Inundações e de Risco em Cenários de Alterações Climáticas). 

Este estudo é importante na medida em que nos ajuda a perceber a vulnerabilidade do local onde vivemos ou para onde queremos ir viver. Por outro lado, ainda que o risco de inundação não tenha uma forte correlação com o prémio do seguro, justifica a importância de ter a cobertura de inundações integrada como cobertura base nas apólices multirriscos que o mercado segurador oferece.

Cobertura de inundações aumenta o seguro multirriscos?

A cobertura de inundações não é comercializada isoladamente, faz parte das chamadas ‘coberturas base’ das apólices de seguros multirriscos. Isto faz com que a questão da sua habitação estar inserida ou não numa zona de risco não influencia o aumento do prémio de seguro.

Qual então a relevância do estudo para o consumidor? A relevância prende-se com o facto de se conseguir medir este risco na compra de uma futura casa, a de minimizar danos avultados na atual e a importância de subscrever um seguro multirriscos face a um seguro de incêndio (único obrigatório por lei para os edifícios em regime de propriedade horizontal).

O porquê do estudo e quais os critérios em que assenta?

Este tipo de catástrofes, para além de perdas humanas, gera milhões de euros em prejuízos. De acordo com estudos efetuados, as catástrofes relacionadas com eventos meteorológicos aumentaram de uma média de 545 eventos em 1990 para 716 eventos entre 2002 e 2011. O que representa um aumento de mais 30%. Há, por isso, a necessidade de saber mais e prevenir o futuro. 

O estudo pretende, assim, estabelecer um quadro para a avaliação dos riscos de inundações presentes e futuras tornando-se uma ferramenta importante, não só do ponto de vista das companhias de seguro e das autarquias locais, mas também desta vez dedicado ao próprio consumidor, que passará a ter um índice que responde às suas necessidades.

O projeto teve por princípio a utilização de modelos e informação estatística já existente, como, por exemplo, os níveis de precipitação, os quais permitiram firmar a informação existente sobre o risco de inundações em Portugal Continental. O resultado obtido permite não só identificar, mas também quantificar os danos espectáveis decorrentes do risco de inundação.

A ter em conta

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